sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Refletindo sobre o Casamento...

Lendo o blog da Adriana hoje, que costumo acompanhar sempre, me deparei com um post excelente sobre os verdadeiros desafios e o significado do casamento.

Não poderia concordar mais. Vejo as pessoas tão ocupadas e preocupadas com a festa e, às vezes, penso no real motivo de tudo isso. O casamento (=relação) ou o casamento (=festa)?
A gente vive dizendo que o português é uma língua excelente, que só existe a palavra saudade na nossa língua e em nenhuma outra. Mas o inglês tem uma forma bem legal de diferenciar o assunto deste post: marriage e wedding.
Pois é, enquanto o marriage remete à relação que é o casamento, o wedding remete à festa do casamento.

Então, plagiando um pouco o post da Adriana, vamos parar um pouco com o wedding e partir pro marriage, pode ser?
Bom, como disse desde o começo: nunca pensei em ser noiva... Mas essas coisas acontecem na nossa vida por uma série de motivos.
Confesso que me envolvi com essa história toda de casamento e adorei. Tanto que tô aqui, pra escrever disso.
Mas qual o sentido de tudo? Ora, a festa é só uma forma de celebrar a união de duas pessoas que se amam muito e que resolveram assumir o desafio de ficarem juntas, no matter what, pro resto de suas vidas. Claro que todo mundo considera, eventualmente, a possibilidade de não dar tão certo (toc, toc, toc), mas se entramos nessa é porque acreditamos que vai dar certo, né?
No meu caso, acho que não cheguei a contar aqui, só aqui, eu e o Vitu fomos amigos por dois anos. Melhores amigos, com o tempo. Tudo foi bem natural no começo e sempre foi muito fácil. Não dá pra dizer, claro, que nunca tivemos nenhuma dificuldade, mas acho que nossa relação flui melhor e tem mais diálogo que muitos relacionamentos por aí. Perfeitos nós estamos longe de ser.
Mas a gente reconhece as qualidades e os defeitos que cada um tem. E aponta. E tenta melhorar. Melhorar, sim. Mudar não dá, né?! Se vc quer mudar uma pessoa, é melhor mudar de pessoa, porque isso quase nunca rola.
O que acontece é que acabamos nos policiando e tentando minorar alguns defeitos que atrapalham não só o outro, mas a nós mesmos, nossa relação com amigos, família, no trabalho e tudo mais. Por cada um de nós, sempre, nunca pelo outro, mas também pelo outro!
Assim, acho que conseguimos nos melhorar um pouquinho. Mas continuamos as mesmas pessoas do começo. "Melhoradas" por cinco anos. hehehe
Mas daí a morar junto e passar a ter uma "vida de casada", que envolve, necessariamente as famílias dos dois, não é fácil. Acho que, na verdade, a maior dificuldade de adaptação é com família mesmo, no nosso caso. Dele com a minha nem tanto, porque já tá acostumado a conviver com todo mundo. Mas eu não tenho taaaanto contato com a dele e reconheço que tenho que me esforçar para me aproximar mais e não ser tão ausente.
De resto, tem aquelas dificuldades básicas de dividir o mesmo espaço. Sempre achei que o melhor test drive era mesmo morarmos juntos por um tempo, antes do casamento. E acreditamos fielmente que teríamos essa oportunidade, com a remoção dele pra Brasília, em dezembro.
Mas o setor público é uma caixinha de surpresas e a remoção dele pra cá atrasou pra ser efetivada... Nada menos que quase dez meses. Resultado, ele vem sempre que pode. Nos sentimos morando juntos por, no máximo, uma semana, e ele tem que voltar pra trabalhar em SP...
Só que sei que morar junto de verdade não é igual a morar "eventualmente" junto. As bagunças dos dois se misturam. Imaginem como vai ser, ainda, numa quitinete de 30m²....
Temos que reconhecer que isso envolve um esforço dos dois. Compreensão, paciência e, acima de tudo, amor, que é a razão principal de estarmos passando por tudo - sejam coisas boas ou dificuldades - juntos.
Quando escolhemos alguém, não podemos pensar só naquele esquema de namoradinhos - passeio, cinema, barzinho, balada e cada um pro seu lado - porque a vida é muito mais complexa que isso. É preciso que haja muito companheirismo e muita cumplicidade entre as pessoas para que elas sobrevivam às tempestades que inevitavelmente virão, pra aproveitar a "bonança" depois.
Nem tudo é bonito, mas também não vivemos só de coisas ruins. Tudo a seu tempo. No nosso caso, o bom é que não costumamos brigar e discutir por bobagem (só na TPM, aquela época em que o homem é sempre bonzinho e subserviente, pra não contrariar...e mesmo assim a mulher consegue ficar brava com ele... hehehe).
Sei que muitas coisas do próprio casamento, aqui considerando a festa, são motivo de discórdia e até de brigas, mas a gente tem que ter o cuidado de discutir sem se magoar. Quando o negócio começa a ficar muito feio, é melhor parar e pensar a respeito. Se na primeira e mínima dificuldade, o bicho pega com tamanha intensidade, como vai ser no futuro?
Ninguém tem a fórmula mágica, nenhum relacionamento é absolutamente perfeito e nós - assim como ninguém - não somos impassíveis de erros, mas o importante é sempre ter diálogo e buscar uma solução. Olhando, claro, pra dentro da gente e não pra como é a casa ou a relação do vizinho, amigo, parente, etc...
Ficou grande o post, tenho certeza. Mas ainda tenho que terminar com a frase do meu convite de casamento, que sintetiza bem a minha relação (e espero que de muitas outras pessoas por aí):
Quando uma alma é dividida, ela tende a reencontrar sua outra metade sob a forma de amizade ou de amor. Sorte daqueles que têm em seu amor também seu melhor amigo. Têm o mais puro e verdadeiro sentimento. Nem o tempo ou a distância são capazes de separar aqueles que se pertencem, pois eles se completam e são, em essência, um só.

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