quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O Carro...

O carro foi, sem dúvida alguma, o melhor do casamento...
Sério.

Acontece o seguinte. Introdução histórica. Meu pai morreu quando eu tinha 06 anos, pouco mais de dois meses antes de eu completar 07. Eu tinha acabado de perder o posto de filha única, pois minha irmã tinha pouco mais de dois meses de vida, e era muito agarrada com o meu pai. Coisa de louco. Tipo de ter a visita dele depois da morte, se alguém acredita nisso, pra se despedir.

Enfim, quando eu era beeem menor, com uns 3 ou 4 anos, meu pai tinha um maverick da cor mostarda. Acho que era 8 válvulas mesmo. Depois de muitos anos, soube que ele pagava de gatinho por aí tirando racha na marginal... Mas à parte disso, ele amava aquele carro demais, o bicho era potentíssimo e só era abastecido com a famosa gasolina azul...

Eu, por outro lado... Também adorava o carro, amava de paixão e o chamava de "meu verick". O pior foi que no dia seguinte à entrega do carro, depois de meu pai tê-lo vendido, a pessoa tirou um racha por aí e deu PT no carro. Sim, perda total. O carro morreu. Eu chorei quando soube. Criança, fiquei arrasada. E meu pai ficou super chateado também, como se alguém realmente tivesse morrido. Eu, só depois, percebi que aquilo era sinal de que o carro não poderia ser de mais ninguém, foi só vender pra ele ser destruído. Sinistro, não?

Considerando que todos que conheceram meu pai se lembram do carro e que eu tinha um apego todo especial por ele e que eu não queria entrar acompanhada de ninguém no meu casamento, porque acho que ninguém poderia substituir meu pai, pensei que seria legal chegar ao Espaço Itália em um maverick. Mas afastei essa idéia logo, achando que nunca iria achar um maverick pra alugar.

Depois de um tempo, lembrei disso de novo e resolvi procurar pela internet, afinal, não custava nada sonhar.

E não é que eu achei muitos mavericks reformados e em perfeito estado??? Sério!

Mas foi no site do Paul que mandei um email perguntando sobre eventual aluguel de um maverick pro casamento e eu fui prontamente atendida. Recebi a resposta no dia seguinte, com o telefone dele e a confirmação de que, embora não fosse a atividade principal dele, ele alugaria sim, sem problemas. Radiante, passei pro noivo, que ligou pra ele e fez uma contraproposta, que ele aceitou logo.

Tivemos umas dificuldades para nos encontrar, pois ele viaja muito, eu estava em Brasília e o noivo em Santo André. Mas conseguimos marcar para visitá-lo, em um domingo, na Granja Viana. Ele foi super simpático e receptivo e os carros, todos mavericks, estão em perfeito estado! É emocionante!!!!

Inicialmente, queria usar o maverick marron, até pela proximidade com o meu verick mostarda. Mas depois pensei que, já que seria diferente mesmo, por que não o vermelho? Escolhi, então, o vermelho.


Tudo foi muito tranquilo com o Paul, desde o começo. Ele é muito simpático, super correto e bem tranquilo. Enviou os boletos pra gente pagar em duas vezes, pagamos direitinho, trocamos emails, pegamos o celular dele pro dia D e deu tudo super certo.

Aliás, ele chegou cedo ao salão pra me pegar e minha mãe, que não sabia de nada (era surpresa, pois só comentei com a minha irmã a respeito) acabou vendo o carro, o que foi até bom, porque ela não iria conseguir ver direito da capela quando eu chegasse ao casamento.

Eu fui o caminho todo conversando com o Paul e enquanto esperava a minha entrada no Espaço Itália, batemos altos papos. Ele é realmente muito gente fina e pretendo manter o contato dele sempre. Foi uma bênção tê-lo ali, porque fiquei mais tranquila que poderia imaginar... E me diverti bastante conversando com ele.

O legal foi que, depois de todas as entradas, a orquestra começou a fazer uns barulhos estilo suspense, na percussão, enquanto o carro descia bem devagar e lentamente o caminho até o local da cerimônia. Foi muito emocionante.

Depois (porque naquela hora a gente não vê nada...), muita gente veio comentar comigo que se emocionou e até chorou. Meu tio, meu primo, o padrinho da minha irmã, que era super amigo do meu pai, outros amigos do meu pai, um sobrinho de uma tia minha que trabalhou com ele, os primos da minha mãe, todos que conheciam e amavam meu pai ficaram realmente tocados com a minha chegada no carro e eu considero que foi o ponto mais alto do casamento. De verdade.

Duas coisas foram super essenciais no casório: o carro e a música. Se não fossem eles, teria sido bem menos emocionante, garanto. O resto, com ou sem falhas, deu certo. A música e o carro deu muito certo! Sobre a música, eu juro que conto em detalhes depois, com bastante calma.

Juro que, durante os preparativos pro casamento, o carro foi o que realmente me empolgou muito. Foi o que mais me tocou, mais me emocionou, enfim. Se tudo desse errado, pra mim tudo bem, desde que eu entrasse com o Maverick. Normalmente, as noivas dirigem essa emoção pro vestido. Pra mim, podia casar até de calça jeans, mas depois que vi que poderia chegar de Maverick, era só disso que eu precisava.

Pra mim, foi bastante simbólico. Se a entrada da noiva com o pai significa a entrega dela ao noivo por ele, chegar de Maverick foi a comprovação plena de que meu pai estava lá comigo, compartilhando aquele momento tão especial e de tanta alegria pra mim e pro Vitu. Era só isso que eu precisava mesmo.


E o que mais me animou, depois de tudo, foi ver o quanto isso significou pras pessoas que amavam meu pai e que sentem - se não tanta como eu - muita falta dele. Todos ficaram realmente tocados e curtiram muito a surpresa. Isso valeu demais à pena.

Se alguém tiver alguma relação emotiva com um carro como eu, recomendo usar essa idéia no casamento e garanto que vale à pena.

Se não, se alguém adora Maverick por algum motivo, recomendo imensamente o Paul, que é um colecionador sério e extremamente profissional desse carro que é uma lenda. O site do Ford Maverick (clique aqui) é bastante completo e tem fotos de todos os carros que ele tem. E ele é a simpatia em pessoa.

Bjks.

Um comentário:

*Jaqui* disse...

Oi Gabi... encontrei seu blog através do casadinhos, sou de uberlândia e me caso em julho de 2011, fiquei emocionada com seu post sobre o carro, meu pai também é apaixonado por maverick e tem um desde que nasci... até acreditei que seria a única noiva a chegar de maverick hauauahua
Meu pai cuida com muito carinho do carro que literalmente fez e faz parte da nossa história! Então não poderia deixar o maveco de fora do meu casamento.... hauhauahua